Vanguardista. Talvez essa seja a melhor definição para a Maison à Bordeaux. Projeto de 1998 do arquiteto holandês Rem Koolhaas. A localização da casa nunca foi muito bem definida, sabe-se apenas que ela foi implantada sobre um morro numa região a cerca de cinco quilometro do centro de Bordeaux, França. Não há rua, nem número e também não se sabe o nome dos proprietários. Mas a casa é repleta de significados.
Depois de um grave acidente de carro que deixou o homem paraplégico, o que ele mais desejou foi a sua “liberdade” de volta. E essa foi a missão de Koolhaas. Ele precisava conceber um projeto que expressasse todas as expectativas do dono da casa e que permitisse a ele usufruir de todas as suas possibilidades de maneira plena. Era como uma redefinição do espaço.
A casa projetada pelo arquiteto se tornou um ícone da arquitetura contemporânea e uma das principais responsáveis pelo Pritzker Prize que ele recebeu em 2000. É uma obra que transpõe a linha do tempo e mexe profundamente com o nosso (ou pelo menos o meu) imaginário.
Liberdade é a palavra-chave para entender a residência. Com 500m² de área construída a casa se divide em três blocos sobrepostos e uma área de serviço lateral. No bloco inferior, que tem uma parte subterrânea cavada sob o morro, funciona a área íntima, com os quartos e salas, uma adega e a cozinha. O bloco intermediário ficou destinado para abrigar a área social, com uma ampla sala de estar e jantar. E no superior um amplo espaço aberto divido em dois ambientes, um escritório para o casal e o outro para as atividades dos filhos.
Para ligar os três espaços Koolhaas tomou partido de um elevador, mas não uma caixa metálica convencional. A estrutura funciona como uma pequena sala móvel que interliga os ambientes e passeia verticalmente dentro da estrutura.
Margeando essa sala/elevador existe uma imensa estante de livros que também cruza os três andares até chegar em uma área aberta no andar superior.
O projeto permite que o visitante/usuário/quem tiver o privilégio de ver pessoalmente tenha inúmeros pontos de vista da mesma obra, como se os espaços se transformassem a cada metro percorrido. Aliado, claro, a uma decoração minimalista e de muito bom gosto.
A estrutura é bem marcada, com grandes vigas metálicas. Como todo bom arquiteto, Rem também bebeu na fonte do modernismo (e do brutalismo), com todo esse aço e concreto aparente. A estrutura define a arquitetura e em nenhum momento é “mascarada”. Uma depende da outra.
Pois bem, agora vamos dar aquela paqueradinha nas fotos da casa?
A casa tem uma incrível vista para a cidade a parte central do volume é toda com fechamentos em vidro, dando a impressão que esse pesado bloco de aço flutua sobre a estrutura de sustentação.
Essa tiazinha é um mistério. oO